De mar... Amar...

De mar... Amar...
O que é o mar na imensidão de um grão de areia? Mar que vai bem fundo na areia, percorrendo-a por inteira, até beijá-la borralheira quando se incendeia à beira mar. É o mar. É o mar, que tanto fez Caymmi cantar. Mar que não me abandona, mesmo quando os desejos se bandeiam muito além do além mar. Que outro amar seria capaz de tanto mar? Paulinho quando pega a viola, deita e rola, e não me deixa esquecer: por mais que eu me aventure. Por mais que eu me procure. Por mais que eu queira ou pense em vir a ser. Ainda que eu disfarce, e até mesmo tente encontrar nas palavras qualquer coisa que seja próxima da razão. Por mais que alimente a ilusão da emoção explicar, não sou eu quem me navega, quem me navega é o mar.
Américo do Sul
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